Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2009

O que elas sabem sobre nós

Nunca tinha lido nada tão completo e lindo sobre ... nós os homens.

É artigo para guardar toda a minha vida.

 

 

O que eu sei sobre os homens

por Ana Sousa Dias a partir de uma conversa com Guta Moura Guedes, in revista "Pública"

O que é que eu sei sobre os homens? Pouco.
É verdade isto. Sei muito sobre as pessoas em geral, bastante sobre a natureza humana, sobre os vários formatos , feitios, tamanhos, idades, proveniências, mas sobre os homens, mesmo, não sei lá muito. Por vários motivos.
Na realidade, sei pouco sobre os homens porque as mulheres ocupam mais espaço na minha vida, porque me fascinam muito mais. Interessam-me mais as mulheres, o universo feminino, é sobre elas que sei. Sobre os homens posso dizer algumas generalidades, mas será que isso interessa? Sei-os, existem tantos, mas conheço poucos. Tenho a mania de gostar de conhecer a fundo, só dessa forma, o resto não me move. Faço isso com pouquissimos homens, os dedos de duas mãos são demais para os contar. Sou, para o mal e para o bem, incontornavelmente selectiva. O número de homens que verdadeiramente me despertaram o desejo de os conhecer bem é muito reduzido.
Surpreendem-me e modificam-me porque a nossa natureza é uma e a deles é outra,claro. Emociona-me a capacidade de mergulho e de voo que alguns deles têm. Isso pode ser de uma beleza extrema. Mas também de uma grande violência. Philip Roth, n´a Mancha Humana, tem umas páginas sublimes sobre isto. Sobre a forma como os homens mergulham, a pique, como se mandam em frente. Nós temos um medo que nos ancora porque temos filhos dentro de nós durante algum tempo. Eles não, não têm esse agarramento á terra. Isso eu sei sobre eles.
Outra coisa é manterem sempre algo de criança, de miúdo pequeno. Mesmo. Daí que às vezes sejam mais transparentes que nós, quase todos. Outra é que fácilmente se acomodam porque ás vezes são pouco exigentes e deixam-se a querer só casa e conforto. Outra é não saberem ainda juntar corpo, emoção e razão. Outra coisa que sei é que sabem focar-se melhor que nós e ser mais egoístas e que por isso há-os brilhantes, fascinantes, maravilhosos e tão incompletos.
São mais quentes, têm o sangue mais quente e têm mais força fisica do que nós. E riem-se e autoregeneram-se. Musil diz que as cidades, como os homens, reconhecem-se pelos passos. E é verdade, os passos dos homens identificam-nos, tal como a forma como se movem e mexem e nos mexem.
Impressiona-me quando os vejo como fortes em praias isoladas e prisioneiros deles próprios. Marcam-me os poucos que conseguem conjugar a capacidade de sonho que têm, maior que a nossa, mais livre que a nossa, com as dúvidas que os assaltam e mover o mundo a partir daí. Sei-os capazes das maiores delicadezas e arrebatamentos, mas também os sei distraídos e em círculo, sem verem que o que era já não lá está ou sem verem o que é fundamental.Têm uma doçura imensa, alguns, e quando vivem bem a sua sensibilidade , a de lá bem de dentro, sem medo, derrubam-nos.
Tenho dois filhos, ambos homens. Tenho aprendido muito com eles, mas só agora o mais velho fez 18 anos e o outro tem quase 14. São homens semente ainda. Mas está tudo lá. A força , o corpo, a cabeça, a química, o sonho. Penso sempre, redondamente, que aquilo que vierem a ser dependerá tanto das mulheres com quem se cruzarem.
É pouco o que sei sobre os homens.
Se gosto deles? Claro. Muito.
 

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Sexta-feira, 6 de Fevereiro de 2009

A verdade da inocência (por Fernando Alvim)

Foi publicado esta semana ,num jornal gratuito,  e escrito por Fernando Alvim.

A  inocência foi tal e qual assim...

 

A verdade da inocência  (por Fernando Alvim).
Tenho saudades de quando era inocente e a minha cara o revelava em cada gesto. Lembro-me bem de os adultos falarem de coisas á minha frente a pensar que eu era inocente e que eu não as entenderia. E eu debaixo da mesa a ouvir aquilo tudo e a questionar-me se eles estariam bem da cabeça. Eu debaixo da mesa a compreender tudo o que diziam enquanto brincava com os legos, e a perceber que supostamente não deveria estar a entender nada, como se estivesse a ver um filme que não era para a minha idade. Mas estava, embora muitas das vezes com alguma interferência ou com pouca rede, como regularmente acontece em algumas partes da auto-estrada.

 

publicado por naturezavirtual às 11:31
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